Semana Santa ou Semana Maior é a 6ª semana da Quaresma. Tem seu início no DOMINGO DE RAMOS (Domingo da Paixão do Senhor) quando Jesus entra em Jerusalém com o objetivo de celebrar a Páscoa Judaica. Às portas da cidade Ele, montado num jumentinho, foi recebido triunfalmente e aclamado como Messias e Salvador: “Hosana ao Filho de Davi!” – gritava a multidão agitando ramos de oliveira e palmeira e estendendo seus mantos por onde Ele passava. “Bendito o Rei que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas alturas!” (Lc 19,38).
A Igreja entra no mistério do seu Senhor crucificado, sepulto e ressuscitado.
Essa passagem é celebrada, hoje, com paramentos vermelhos, iniciando-se num lugar perto da igreja onde os fiéis estão reunidos e então os ramos são abençoados. Feita a proclamação do Evangelho (Mt 21, 1-11), a procissão se inicia e o povo todo participa levando ramos de palmeira e outras folhagens cantando e rezando.
Entrando na igreja agitando os ramos, o clima se torna propício para iniciar a Semana Santa com a celebração da Eucaristia. O Evangelho que se proclama é o trecho que narra a Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo.
A escuta atenta da história da paixão e morte de Jesus já se constitui numa catequese sobre os últimos dias de Jesus e sobre o significado que ele deu à sua morte na Cruz.
“Inocente, Jesus quis sofrer pelos pecadores. Santíssimo, quis ser condenado a morrer pelos criminosos. Sua morte apagou nossos pecados e sua ressurreição nos trouxe vida nova “( Prefácio)
SEGUNDA-FEIRA SANTA
O ofício divino é próprio para esse segundo dia da Semana Santa. Celebra-se Missa normalmente com paramentos roxos. A partir desse dia, o povo procura mais as igrejas para confissões e visitas ao Santíssimo. Em muitas paróquias são apresentados, de modo catequético, os Autos da Paixão.
TERÇA-FEIRA SANTA
A Quaresma ainda está em curso e, portanto, os paramentos são de cor roxa. As pessoas estão mais compenetradas na vivência dos últimos e decisivos momentos da vida de Nosso Senhor Jesus Cristo. A Via Sacra continua nas igrejas e nas ruas, grandes percursos são feitos pelo povo que caminha rezando e cantando. Em algumas igrejas celebram-se as Sete Dores de Nossa Senhora.
QUARTA FEIRA SANTA
O tempo quaresmal está chegando a seu termo. Nesse dia, algumas paróquias realizam a tradicional Procissão do Encontro. Tudo previamente preparado, de um lado chega a procissão dos
homens trazendo a imagem do Senhor dos Passos e, de outro, a procissão das mulheres levando a imagem de Nossa Senhora da Dores. O encontro se dá, geralmente na frente da Igreja
Catedral ou da Matriz onde um pregador profere o Sermão das Sete Palavras e a multidão ali reunida ouve atenta e piedosamente.
QUINTA FEIRA SANTA
Nas catedrais das dioceses, o Bispo Diocesano acompanhado de todo o clero, com paramentos brancos, celebra a Missa do Crisma durante a qual são abençoados os Santos óleos dos Catecúmenos e Enfermos e é consagrado o Óleo do Crisma ao qual é acrescentada alguma essência de perfume (Sândalo, Mirra ou Nardo).
Com o Santo Crisma são ungidos os batizados e são marcados com o sinal da cruz os que são crismados; são ungidas as mãos dos presbíteros e a cabeça dos bispos no momento em que são ordenados; também a igreja e os altares são ungidos na sua sagração e dedicação.
Com o Óleo dos Catecúmenos é feita a unção dos que se preparam para o batismo. Por fim, com o Óleo dos Enfermos, estes recebem alívio na doença. Dois momentos chamam a atenção nessa celebração: – O bispo chama para perto de si todos os padres que de pé, renovam suas promessas sacerdotais.
Esse ritual é como a manifestação da comunhão dos presbíteros com o seu Bispo. Eles são testemunhas e cooperadores do Bispo, de cujo múnus sagrado participam na edificação e condução do Povo Santo de Deus. (Neste dia comemora-se a instituição do sacerdócio.)
No final da Missa, todos os párocos são chamados juntamente com os vigários, então o Bispo entrega a cada um, o estojo contendo os ÓLEOS SAGRADOS naquela celebração. Em seguida, os párocos os entregam a duas pessoas de suas paróquias que são carinhosamente abraçadas pelo Bispo.
Com esta celebração encerra-se o Tempo Quaresmal. Nesse mesmo dia, na celebração vespertina, começa o Tríduo Pascal (continuaremos no próximo post)
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Autor: Padre Ernandes Samuel Fantin
Diocese de Colatina
Foto destaque Wesley Almeida/cancaonova.com