A Arquidiocese de Vitória no Espírito Santo, informou na manhã deste sábado, 16 de fevereiro, o falecimento do Arcebispo Emérito Dom Silvestre Luiz Scandian, ocorrido na madrugada deste sábado, em Juiz de Fora/MG.
O velório e os ritos fúnebres, serão realizados na Catedral Metropolitana de Vitória, assim que o corpo chegar à capital capixaba, previsto para o fim da tarde de hoje. Após a chegada do corpo, serão celebradas missas a cada duas horas.
A última missa de exéquias será no domingo, dia 17, às 15 horas. Depois, o corpo será trasladado para sepultamento no cemitério do Bosque, em Alvorada, Vila Velha, conforme desejo do próprio Dom Silvestre, junto ao túmulo de seus pais.
O Arcebispo Metropolitano de Vitória, Dom Dario Campos, divulgou um nota de pesar. Confira!
Louvemos e agradeçamos ao Altíssimo pelos 87 anos de vida de Dom Silvestre, seus 67 anos de consagração religiosa, 60 anos de sacerdócio ministerial e quase 44 anos de vida como bispo que se completariam no próximo dia 22 de fevereiro, sendo destes, 20 anos dedicados ao pastoreio da Arquidiocese de Vitória, “na força do Espírito Santo”, como era o seu lema.
Glorifiquemos a Deus pelos dons concedidos a Dom Silvestre, e que ele soube partilhar com os irmãos. Louvemos a Deus pelo testemunho de vida de pobreza e por sua dedicação corajosa na defesa da dignidade humana e dos direitos inalienáveis de cada pessoa.
Agradeçamos a Deus por seu exemplo de Pastor zeloso do povo de Deus e por sua atenção especial aos pequenos, pobres e aflitos. Dom Silvestre, agora, se alegre no céu e obtenha o fruto da sua esperança junto de Deus!
Vitória, 16 de fevereiro de 2019.
+ Dom Dario Campos, OFM
Arcebispo metropolitano de Vitória do Espírito Santo
Pe. Renato Paganini
Chanceler do Arcebispado
Dom Silvestre Luiz Scandian teve grande destaque na Igreja do Espírito Santo e também na sociedade capixaba de 1984 a 2004 período em que atuou como Arcebispo Metropolitano. Na ocasião em entrevista à Revista Vitória disse que a partir daquela data procuraria viver mais a caridade porque até ali tinha vivido a fé e a esperança. Dom Silvestre referia-se à vivência das virtudes teologais (fé, esperança e caridade) e, de fato, iniciou a partir dali, uma jornada de visita aos doentes internados em hospitais em Vitória, missão que exerceu enquanto teve condições.
A partir de 2010 começou a apresentar sinais de ausências e falhas de memória que evoluíram para a doença de Alzheimer e passou a ter uma vida mais reclusa sob a atenção de cuidadores. Em setembro de 2018 para poder receber mais cuidados foi para a cidade de Juiz de Fora, MG, onde ficou na Casa de repouso dos padres do Verbo Divino, Congregação à qual Dom Silvestre pertence. Por conta de uma infecção foi internado no mês de outubro do mesmo ano, onde permaneceu até a morte.
Dom Silvestre chegou a Vitória em 1981 como Arcebispo Coadjutor de Dom João Batista da Mota e Albuquerque. Com a morte de Dom João em abril de 2014 assumiu o comando da Arquidiocese. O primeiro gesto concreto foi organizar uma Grande Avaliação, que ficou conhecida como GRAVA e com isso mergulhou e passou a defender o modo de ser Igreja da Arquidiocese de Vitória. Valorizou a organização em pequenas comunidades e fez a opção preferencial pelos pobres. Isso o levou a apoiar os movimentos e as pastorais sociais e de direitos humanos.
Na década de 90, a violência e o crime organizado se instauraram nas instituições governamentais e na política, passando o Espírito Santo a ser o 2º Estado proporcionalmente mais violento no Brasil. Diante desse quadro Dom Silvestre convocou a OAB e outros organismo da sociedade civil para fazer frente a problemática da violência que culminou na criação do Fórum Reage Espírito Santo. O peso da militância de Dom Silvestre que tinha como grande aliado o Dr. Agesandro da Costa Pereira, então Presidente da OAS/ES, mobilizou a sociedade capixaba contra o crime organizado e provocou uma atitude forte da Justiça no combate ao crime. Por outro lado, também recebeu ameaças e nunca aceitou proteção policial.
Em seus pronunciamentos públicos, como Festa da Penha, Abertura da Campanha da Fraternidade e Grito dos Excluídos era direto, simples e conciso ao mesmo tempo que era incisivo quando se tratava de Direitos Humanos e defesa da vida.
Durante seu governo conseguiu trazer a visita do Papa João Paulo II (1991) e a realização em Vitória do XIII Congresso Eucarístico Nacional (1996).
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Com informações da Assessoria de Comunicação da Arquidiocese de Vitória.