O sagrado Tríduo Pascal da Paixão e Ressurreição do Senhor resplandece como o ápice de todo o Ano Litúrgico. “Cristo realizou a obra da redenção humana e da perfeita glorificação de Deus pelo seu mistério pascal, quando, morrendo destruiu a nossa morte e ressuscitando renovou a vida. (IGMR pág. 169 n.18).
O verdadeiro cristão celebra a Páscoa do Senhor durante três dias!!!
O tríduo tem início com a celebração vespertina da Ceia do Senhor. O ponto alto, porém, o centro do Tríduo está na Vigília Pascal (sábado à noite). O encerramento do Tríduo se faz com a celebração das Vésperas do Domingo da Ressurreição.
O cenário é o da Última Ceia. Uma grande sala preparada pelos apóstolos a pedido do Senhor para celebrar a Páscoa Judaica. Assim, o espaço litúrgico deve ser cuidadosamente preparado e ornamentado com flores, velas e paramentos brancos.
Duas leituras nos oferecem o tom e a razão desta celebração:
– Lava – Pés. “Jesus, levantou-se da mesa, tirou o manto, pegou uma toalha e amarrou-a na cintura. Derramou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos, enxugando-os com a toalha com que estava cingido”.
– Mandamento do Amor. “Portanto, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavor os pés uns dos outros. Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz”.
– A instituição da Eucaristia. “Na noite em que foi entregue, o Senhor tomou o pão e, depois de dar graças, partiu-o e disse: Isto é o meu corpo que é dado por vós. Fazei isto em minha memória. Do mesmo modo, depois da ceia, tomou também o cálice e disse. Este cálice é a Nova Aliança, em meu sangue. Todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, estareis
proclamando a morte do Senhor, até que ele venha”.
“A Eucaristia é o memorial do Mistério Pascal sob o sinal do pão e do vinho dados em refeição, em ação de graças e súplica”(Guia litúrgico II n.2).
Terminada a distribuição da comunhão, o altar é desnudado, são retiradas as flores, as velas e o Santíssimo Sacramento transladado para um lugar previamente arrumado, onde se fará a adoração ao Santíssimo que pode durar toda a noite, indo até um pouco antes da celebração da Paixão na sexta-feira.
“Cristo nossa Páscoa foi imolado”!
“A obra da redenção dos homens e da perfeita glorificação de Deus, prefigurada pelas suas obras grandiosas no povo da Antiga Aliança, realizou-a Cristo Senhor, principalmente pelo mistério pascal da sua bem-aventurada Paixão, Ressurreição de entre os mortos e gloriosa Ascensão, mistério este pelo qual morrendo destruiu a morte e ressuscitando restaurou a nossa vida”. (S. Leão Magno)
A solene Ação Litúrgica é celebrada às 15 horas. O sacerdote, revestido de paramentos vermelhos, juntamente com os ministros, entram pela porta principal e, em silêncio, se ajoelham e se prostram diante do altar onde oram silenciosamente. A assembleia dos fiéis permanece de joelhos.
A celebração é dividida em três partes:
Terminada a História da Paixão e uma breve homilia, conclui-se com a Oração Universal;
Foi na cruz que Jesus Cristo, o Filho de Deus feito homem, foi pregado e nela morreu por nós.
Eis o lenho da cruz, do qual pendeu a salvação do mundo.
Vinde adoremos! Vinde adoremos! Vinde adoremos!
O altar que até agora estava desnudado é preparado para a comunhão do “Pão Pré-Santificado” na Missa da Ceia do Senhor.
Oração sobre o povo:
Que vossa bênção, ó Deus, desça copiosa sobre o vosso povo que acaba de celebrar a morte do vosso Filho, na esperança da sua ressurreição. Venha o vosso perdão, seja dado o vosso consolo; cresça a fé verdadeira e a redenção se confirme. Por Cristo, nosso Senhor. Amém.
Esta noite deve ser comemorada em honra do Senhor e a Vigília Pascal que nela se celebra, em memória da noite santa em que Cristo ressuscitou, deve considerar-se “a mãe de todas as santas vigílias”.
A Vigília Pascal é o ápice do Ano Litúrgico. Sua celebração se realiza de noite e está dividida em quatro partes distintas:
Fora da igreja, junto a uma fogueira, o povo se reúne para a Bênção do Fogo e a preparação do Círio.
“Cristo ontem e hoje, Princípio e Fim. Alfa e Ômega”.
Com o Círio aceso, entra-se em procissão na igreja e o povo vai acendendo suas velas e cantando: “Eis a Luz de Cristo! Demos graças a Deus!”
Quando o Círio é colocado no grande castiçal todo enfeitado, o cantor entoa a solene Proclamação da Páscoa.
“Exulte o céu, e os anjos triunfantes,
mensageiros de Deus, desçam cantando;
façam soar trombetas fulgurantes,
a vitória de um rei anunciando.
Alegre-se também a terra amiga,
que em meio a tantas luzes resplandece;
e, vendo-se dissipar a trava antiga
ao sol do eterno Rei brilha e se aquece…”
Percorre os grandes momentos da História da Salvação. São nove leituras: sete do Antigo Testamento e duas do Novo.
Com a bênção da água, a renovação das promessas do batismo e, eventualmente, a celebração do batismo.
Com o ofertório inicia-se esse momento que será finalizado a distribuição da Sagrada Comunhão.
O anjo disse às mulheres: “Não tenhais medo! Sei que procurais Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui! Ressuscitou, como havia dito!”
Aleluia! É o Domingo da Páscoa! O dia em que o Crucificado foi Ressuscitado pelo Pai.
A ressurreição de Jesus testemunha que a vida tem sentido quando o amor é vivido até as últimas consequências.
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Autor: Padre Ernandes Samuel Fantin
Diocese de Colatina