O Tempo Quaresmal é iniciado com a solene Celebração das Cinzas, a Quarta-feira de Cinzas (Missa ou Celebração da Palavra).
Essa quarta feira não tem dia fixo no calendário. São quarenta dias antes da Páscoa, que é uma festa móvel. Nessa celebração é feita a bênção e a imposição das cinzas como sinal de penitência. Costume antigo já descrito na Bíblia quando cidades inteiras, desde os dignitários da Corte até os mais humildes, todos colocavam cinzas sobre suas cabeças em sinal de humildade e arrependimento.
“Memento homo, quia pulvis est es in pulverem reverteris”, era dessa forma dramática que os sacerdotes impunham as cinzas em tempos idos (Lembra-te, homem que és pó e em pó te tornarás). E de cabeça baixa os cristãos recebiam as cinzas para se lembrarem de sua limitação e sua mortalidade. Hoje, a fórmula da imposição não é tão dramática mas, não menos importante e decisiva: “Converta-se e creia no Evangelho”.
As cinzas são obtidas com a queima dos ramos de oliveira e palmeira bentos e usados na Procissão do Domingo de Ramos do ano anterior.
A cor que marca esse dia assim como toda a quaresma é o roxo. Mas o que chama a atenção é o grande número de pessoas que buscam as igrejas nesse dia. Verdadeiras multidões! Terminada a celebração, algumas pessoas querem um pouco das cinzas para levar àquelas que não puderam ir à igreja. Isso é muito edificante!
São estas as três práticas fundamentais que Jesus nos ensina no Evangelho da Missa da Quarta Feira de Cinzas. Essas práticas são os pilares da religião porque definem nossa relação com os outros (a esmola), com Deus (a oração) e com as coisas (o jejum). É assim que nossa existência se estrutura através dessas práticas fundamentais. E é desse modo que nós buscamos na fé, nosso aperfeiçoamento como seres humanos. Queremos nos tornar pessoas melhores do que somos!
Autor: Padre Ernandes Samuel Fantin
Diocese de Colatina