O Tempo da Quaresma é tempo de preparação para a Páscoa!
Esse tempo, no II séc. da Era Cristã, se reduzia ao Tríduo Pascal, ou seja, à 5ª Feira, 6ª Feira e Sábado Santos. No séc. IV, porém, os cristãos entenderam que, para bem celebrar a grande festa do cristianismo, a Páscoa de Cristo, esse tempo poderia ser bem mais extenso. A partir de então, o tempo de preparação ficou estabelecido em 40 dias que é um número bíblico simbólico: o dilúvio durou 40 dias; Moisés esteve por 40 dias no Monte Sinai para receber as tábuas da Lei; por 40 anos Deus conduziu o povo Hebreu no deserto para levá-lo à Terra prometida; Jesus, depois de batizado, jejuou 40 dias no deserto…
Quaresma: como a própria palavra sugere, são quarenta dias que vão da Quarta-feira de Cinzas até a Missa da Ceia do Senhor na Quinta-feira Santa.
É tempo de preparação, tempo de penitência no qual se ouve com mais freqüência a Palavras de Deus juntamente com os irmãos e irmãs. É tempo de confissão e conversão. É tempo das Vias Sacras nas igrejas e ruas da cidade. É tempo de reflexão e oração.
Durante o Tempo da Quaresma, os paramentos usados na liturgia são de cor roxa, que simboliza a dor e a tristeza. Também os ornamentos das igrejas são mais discretos, para não dispersar as atenções do foco que é a Páscoa do Senhor. No quarto domingo da Quaresma, porém, a palavra “alegria” é motivo de o roxo se amenizar, tornando-se róseo e vestindo dessa cor todos os ministros da celebração. É o domingo “laetare”.
O Símbolo principal desse tempo litúrgico é a Grande Cruz que, entrando solenemente na 4ª Feira de Cinzas, permanecerá exposta em lugar bem visível ao longo dos quarenta dias.
Contemplando a Cruz de Jesus, os cristãos repensam seu modo de vida, assumem postura mais fraterna tomando a decisão de ajudar o irmão de forma mais concreta.
A Campanha da Fraternidade nos ajuda a refletir sobre graves situações do Brasil e do mundo e sugere um gesto concreto de generosidade em favor dos irmãos menos favorecidos no fim da Quaresma. A CF 2017 tem como tema “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida”, e o lema “Cultivar e guardar a criação”(Gn 2,15).
Diante da Cruz de Jesus os fiéis buscam o perdão de suas faltas e a reconciliação com Deus e com os irmãos. No exercício da penitência, os crentes podem aperfeiçoar suas virtudes e, assim, celebrar mais dignamente a Páscoa da Ressurreição.